O que pode significar o consumo de álcool na adolescência?
22 de março de 2014
O Projeto Saúde e Bem-estar do Adolescente, desenvolvido com os alunos a partir do 8º ano, pauta temas que fazem parte da vida dos jovens e promove reflexões que ampliam o universo cultural dos alunos, visando a uma adolescência mais saudável.
O que pode significar o consumo de álcool na adolescência?
No mundo contemporâneo, repleto de transformações acerca dos papéis sociais, os pais se mostram preocupados com o consumo do álcool pelos jovens. Vejam algumas questões trazidas por eles:
“Outro dia fiquei sabendo de uma festa para menores onde havia bebidas alcoólicas com a permissão dos pais da dona da festa. Não acho adequado, mas como evitar ou ao menos fazer os pais saberem que não têm o acordo de diversos pais?”
“Ao buscar minha filha numa festa, notei que ela e as amigas estavam alcoolizadas. Não soube o que fazer na hora, tive vontade de cobrar dos donos da festa a responsabilidade, mas não consegui. Existe alguma lei que me respalde se essa situação ocorrer novamente?”
“Por que os pais organizam festas que duram até seis horas da manhã e onde há bebidas alcoólicas à disposição para menores de 18 anos?”
“Muitos pais dizem: ah! eles vão beber mesmo, então é melhor ensinarmos a beber em casa. Não concordo com essa visão, mas muitas vezes não sei argumentar.”
“Gostaria que pontuasse a influência do consumo de álcool pelos pais dos adolescentes. Como orientar o consumo social?”
“Qual a relação entre começar a beber cedo e o uso de drogas?”
Para esclarecer essas questões, a Dra. Ana Cecília Roselli Marques, médica psiquiatra e pesquisadora da Unidade de Álcool e Drogas (UNIAD) da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), esteve, no dia 15 de outubro, aqui na Móbile, para conversar com os pais dos alunos do 8º ao 3º ano do Ensino Médio.
Ela abordou vários aspectos relacionados ao uso do álcool e mostrou como as modificações neuroanatômicas, que ocorrem normalmente no cérebro dos adolescentes, são alteradas pelo uso precoce de substâncias psicoativas.
Sabemos que a informação é um passo importante quando assuntos dessa natureza são abordados com os jovens. Podemos, portanto, prevenir comportamentos de risco dando instrumentos para a reflexão, além de ouvir e ficarmos atentos às pistas que os jovens nos trazem.
Por se encontrarem numa fase em que determinadas situações de convívio social exigem tomadas de decisão, os jovens precisam de autoconfiança ao enfrentar a pressão do grupo para fazer escolhas que não coloquem em risco sua integridade física e emocional. E essa autoconfiança é desenvolvida por meio da ampliação de seu repertório vivencial e intelectual.
Assim, o desafio é que, de forma convergente e assertiva, a família e a escola possam oferecer elementos que sejam determinantes na abertura de caminhos para dissociar o consumo de álcool como pré-requisito para uma convivência social agradável.
Veja os slides apresentados na palestra.
Ouça a palestra: