Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo

29 de março de 2014


A seguir, ex-alunos da Móbile nos contam sobre sua experiência universitária.

joao-alberto Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo
João Alberto Pezarini

Quando se sente bater no peito a heroica pancada…

Ao adentrar às famosas arcadas, centenárias arcadas, não tive a dimensão de que seria mais um a integrar a belíssima e rica história construída por aqueles que frequentaram o largo. Essa consciência histórica se adquire, é como sentimento de pertencer a uma coletividade que se forma desde 1827, data de criação desse curso, o mais antigo de nosso país. Indescritível. Do ambiente retratado brotam conhecimentos, discussões, aprendizados, que transcendem, e muito, aquilo que a sala de aula oferece. Não há desmerecimento às lições ministradas pelos ilustres professores, mas desde cedo se percebe que são somente uma das inúmeras riquezas que a faculdade tem a oferecer. Convive-se com a história, com presidentes, poetas, em um processo de constante transformação e amadurecimento. Absorve-se o direito, e se é absorvido como elemento integrante daquilo que se reverencia. O mínimo de vocação para o bacharelado tem de ser considerado como impulso suficiente, que conduz à experiência única, que justifica e mantém presente o esforço para ingressar nessa instituição de ensino.

No âmbito estritamente acadêmico, basta ressaltar a força da Universidade de São Paulo, que por si já serviria de estímulo, na busca por formação e boa colocação profissional. Mas o Direito, enquanto estudo de uma técnica social específica, possui charme particular. Estudar Direito é estudar a convivência humana. Ubi societas, ibi ius. Nas palavras do saudoso e eminente professor da casa, Goffredo Telles Jr., “o bacharel em Direito é um cientista da sociabilidade humana, um cientista da convivência humana. E o Direito jamais se aparta da pessoa, pois é como o ar que se respira. Está em toda parte”. O breve relato feito nessas poucas linhas pretende ser rascunho apenas daquilo que se encontra na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Fazer análise mais aprofundada e minuciosa seria pretensão excessiva para um aluno de segundo ano. Ademais, as arcadas despertam paixões e interesses diversos. Cada um responde à heroica pancada a seu modo.

A Semana de Recepção dos Calouros é ótima para conhecer os novos colegas,  aproximar-se do Centro Acadêmico e outras entidades estudantis, além de se familiarizar com os espaços de vivência da FFLCH (como o Espaço Verde, onde os alunos se reúnem para tocar violão, jogar pingue-pongue e fazer festas).  O trote é tranquilo e opcional. O curso de Ciências Sociais da USP possui três grandes áreas: Antropologia, Ciência Política e Sociologia. Cada uma possui seu próprio departamento, e os primeiros dois anos da graduação são um ciclo básico dessa tríade principal. Nos últimos dois anos, o aluno pode escolher as matérias que irá cursar e se aproximar mais de alguma das áreas. Para lecionar, é preciso fazer um ano de Licenciatura na Faculdade de Educação da própria USP, e é possível cursar essas matérias ao longo da graduação. O curso tem uma aula por dia, que dura cerca de quatro horas. A tendência é que ela seja expositiva, baseada em uma leitura obrigatória. As Ciências Sociais têm uma das maiores cargas de leitura da Universidade, e isso exige organização e disciplina por parte do aluno. Os textos são muitas vezes longos e utilizam linguagem acadêmica, à qual o aluno precisa se familiarizar. É apaixonante e ideal para aqueles que gostam de ler e se interessam pelo estudos das culturas humanas, dos fenômenos sociais, sistemas políticos etc.

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