Medicina
29 de março de 2014
A seguir, ex-alunos da Móbile nos contam sobre sua experiência universitária.
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Medicina Eric Curi Silveira |
Ah! A querida Faculdade de Medicina! Nunca tive uma sensação melhor na vida do que aquela quando li “Eric Curi Silveira 421-34”. Olhei umas dez mil vezes. “É 34 mesmo?” E era… Nossa, que coisa boa…
Isso aconteceu na quarta-feira, 03/02/2010. Já comecei então a receber correspondências dos veteranos pelos sites de relacionamento, quee chamaram os calouros para uma cervejada no dia seguinte na gloriosa Atlética (explicarei melhor adiante quem é a A.A.A.O.C.). Obviamente, fui.
Então pensei: “Mas e agora!? Será que só vai ter um monte de nerds fissurados por estudos? Só gênios? Será que eu vou ficar perdido?” É até engraçado me lembrar disso agora… Independente da faculdade que você entrar, em se tratando de USP, tenha certeza de que encontrará todos os tipos de pessoas. Ainda mais ao se levar em conta a Universidade inteira. Esse é um diferencial da USP ao qual dou extremo valor: o intercâmbio de experiências é muito rico e o aprendizado sociocultural que se tem é enorme. Não se feche e se limite ao seu mundinho; a faculdade não é uma continuação do colégio.
Bom, chega de conselhos de ancião e falemos mais sobre a Casa de Arnaldo. Pois é, a FMUSP é carinhosamente chamada de Casa de Arnaldo, já que foi fundada por Arnaldo Vieira de Carvalho, um médico muito influente, em 1913. O prédio sede, no entanto, data de 1931, e só em 1944 ficou pronto o Instituto Central do Hospital das Clínicas da FMUSP. O nosso querido HC é o maior complexo hospitalar da América Latina, sendo referência no mundo em várias especialidades. Por dia, só nos ambulatórios, duas mil pessoas são atendidas! Há muito o que dizer sobre o complexo hospitalar (muito mesmo), portanto não vou me aprofundar, mas estou à disposição de todos para contar mais.
A Faculdade, que data de 1913, está próxima de seu centenário. Nós designamos as turmas pelo seu número, sendo a de 1913 a 1, a de 1914 a 2 e assim por diante. Sou da turma 98 (que ingressou em 2010). Com tanto tempo assim, é óbvio que muita coisa mudou. No entanto, aqui há muitas tradições que são seguidas. Entre elas, citarei algumas das muitíssimas extensões que temos: existe a Associação Atlética Acadêmica Oswaldo Cruz (1928), o Centro Acadêmico Oswaldo Cruz (1913), o Show Medicina (1942), o Departamento Científico, a Medicina Júnior, o MedEnsina, entre muitas outras.
A extensão com que mais tenho contato é a Atlética. Praticamente todas as faculdades têm uma entidade chamada atlética, que é responsável pela parte esportiva dos acadêmicos, além de incentivar a socialização dos alunos. No entanto, a mais tradicional do Brasil é a da Medicina. Os alunos fundaram o clube em 1928 e hoje têm sua área tombada como patrimônio público, sendo a piscina, o ginásio menor (caveirinha, pros íntimos) e o bosque intocáveis. A Atlética é tão bem organizada que há sócios não alunos, pessoas que moram nos arredores e querem ser sócias de um clube. O espaço totalmente dirigido pelos alunos conta com campo de futebol, área para churrasco, pista de atletismo, um bosque enorme, piscina semiolímpica aquecida, quadra de tênis, quadra poliesportiva externa, dois ginásios, dojô, academia e vestiários, além de um bar/restaurante. É lá que todos os alunos se encontram, se integram e treinam. E como treinam! São 26 modalidades praticadas regularmente com total excelência. É devido a tanta dedicação, amor pela instituição e união que a Atlética é 20 vezes campeã da InterUSP (em 26 edições), 30 vezes campeã da InterMed (em 44 edições) e 11 vezes campeã da CaloMed(em 11 edições). Números realmente impressionantes. Além da Atlética, os alunos da FMUSP também têm direito, como todos da comunidade USP, de frequentar o CEPEUSP (Centro de Práticas Esportivas da USP), um lugar espetacular onde é possível encontrar alunos de todas as faculdades da USP.
Também faço parte do MedEnsina, uma iniciativa espetacular dos alunos da FMUSP. Trata-se de um cursinho 100% gratuito em que a direção, os professores e os plantonistas são todos alunos. Eu dou plantão de Química e me sinto muito bem. É uma experiência extremamente gratificante.
Em relação ao curso de Medicina propriamente dito, durante os três primeiros semestres, a maior parte das aulas acontece na Cidade Universitária, nos prédios do Instituto de Química e nos prédios do Instituto de Ciências Biomédicas. Depois quase todo o curso passa a ocorrer na FMUSP, mas se mantém o contato com a Cidade Universitária por conta do Hospital Universitário, onde acontecem muitas atividades ao longo do curso.
O amor que criei pela Faculdade é enorme. É realmente incrível perceber que todos que por ali passam amam a instituição e se dedicam a ela. São muitos médicos que mantêm seus vínculos com a gloriosa e suas extensões: Adib Jatene, Dráuzio Varela, Euryclides Zerbini e tantos outros.
Acho que deu pra perceber que eu visto a camisa mesmo, não é? Pode parecer que tenha exagerado, mas não é pra menos. Se vier nos fazer uma visita, talvez entenda melhor. Como conselho, sugiro que faça de tudo para entrar na USP no curso que for. Faça quantos anos de cursinho forem necessários. Tenho colegas que fizeram seis anos de cursinho e todos concordam que cada minuto de sacrifício valeu a pena. Este meu primeiro ano de faculdade foi o melhor da minha vida, e todos que por lá passam pensam o mesmo. Estou à disposição de todos!