Convivência Humana, Convivência Escolar

10 de setembro de 2018


A existência de conflitos, competições, desentendimentos e rivalidades, com certeza, é inerente à convivência humana. Tensões e guerras são expressões em larga escala daquilo que observamos em esferas mais reduzidas da vida estabelecida entre os homens e as mulheres. Se, por um lado, acreditamos que esses aspectos compõem o mosaico das relações humanas, por outro, observando o desenvolvimento da humanidade, temos de reconhecer os progressos que foram construídos ao longo da história, buscando alinhar ações a princípios de justiça, igualdade, entre outros. Observando o mundo contemporâneo, reconhecemos ainda um longo percurso a ser trilhado; novos temas, ideias e comportamentos precisam ser – e têm sido – iluminados com outros olhares e considerações. Tal equivalência também pode ser feita nas esferas menores dos relacionamentos humanos. Convívios constrangedores e agressivos que, até a certo tempo atrás, eram considerados “naturais”, hoje, ganharam outras considerações. Estudos e pesquisas sobre a repercussão de tais vivências também têm sido analisados e considerados nas condutas escolares, familiares e institucionais. Também avançamos nos estudos e análises das dinâmicas que envolvem as relações de exclusão. Hoje, também acreditamos que apoiar e incentivar o posicionamento e a coragem de pessoas e grupos que passam por uma situação de constrangimento se caracteriza como um avanço e um imperativo na minimização das relações agressivas e opressivas.

Considerando essas dimensões, reconhecemos que a convivência no ambiente escolar é bastante intensa. Crianças e jovens com diferentes estilos, interesses, sensibilidades, traços físicos e psicológicos relacionam-se intensamente e em diversos contextos e situações. Se reconhecemos que sentimentos e emoções positivas muitas vezes emergem desse convívio, o oposto também é verdadeiro. Da proximidade também emergem sentimentos e emoções de competição, inveja, superioridade e poder. Equacionar essas dimensões, lapidá-las e compreendê-las estimulando os sentimentos de empatia, coloca-se como uma proposição da escola. Ampliar a compreensão dos sentimentos e das ações derivadas desse complexo contexto faz parte do nosso olhar sobre o convívio escolar.

Sabemos também o quanto é fundamental os adultos terem um posicionamento claro e efetivo em relação às relações constrangedoras que possam ser tecidas no cotidiano escolar. Os alunos precisam reconhecer os limites institucionais diante dos relacionamentos de exclusão, expressos pelos adultos que os acompanham.

Assim, tendo em vista o aspecto formativo de nossas ações, desenvolvemos no primeiro semestre do 6º ano dois projetos sobre a convivência. O primeiro, que ocorreu logo no início do ano e foi divulgado em nosso site, tinha como eixo central abordar a qualidade das comunicações nas redes sociais. O segundo ocorreu nos meses de maio e junho durante as aulas de Orientação Educacional. Acreditando que as crianças precisam experimentar situações inéditas e que precisam ser autoras de soluções e condutas a serem desenvolvidas, os alunos foram convidados, após pesquisarem a respeito do tema e suas implicações (Projeto Conviver na Web), a resolver um problema de relacionamento de um grupo de jovens de 11, 12 anos.

Queremos compartilhar com as famílias o projeto que foi desenvolvido, bem como algumas das produções dos alunos, pois acreditamos que todos os grupos que participam do cotidiano das crianças e dos jovens são fundamentais no processo de ampliação das considerações acerca da convivência humana.

Projetos de alunos