Você alteraria o DNA de seu bebê?

19 de fevereiro de 2019


“Você quer dar a seu filho o melhor começo possível! Acredite, nós já temos a suficiente imperfeição embutida. Seu filho não precisa de encargos adicionais.” Essa é a fala de um geneticista a um casal que está escolhendo o perfil genético de seu futuro filho na ficção científica GATTACA, a experiência genética, filme de 1997.

O que parecia apenas uma ficção pode estar se tornando possível. Já podemos escolher o sexo do embrião e verificar se existem algumas doenças genéticas específicas nele antes mesmo de implantá-lo em um útero. Contudo, em novembro de 2018, He Jiankui, pesquisador da Universidade de Shenzhen (sul da China), anunciou que teria alterado o DNA de gêmeas por meio da técnica de edição de genes conhecida como CRISPR para tornar as irmãs resistentes contra o vírus que causa a AIDS.

Para discutir esse episódio e compreender quais são os reais avanços da Ciência nessa área, a chefe do Laboratório Nacional de Células-Tronco Embrionárias do Instituto de Biociências da USP, Dra. Lygia da Veiga Pereira Carramaschi, esteve na Móbile no dia 15 de fevereiro para conversar com nossos alunos e professores do Ensino Médio.

Entre as questões levantadas pelos estudantes, que lotaram o auditório, estavam: O que consideramos como doença hoje pode mudar ao longo do tempo? Todos teriam acesso a essa tecnologia? O que a legislação diz sobre esses avanços da Ciência?

Além disso, os professores de Biologia do Ensino Médio — Lydia Getschko, Nelson Caldini e Rodrigo Mendes — perguntaram sobre outros impactos da biotecnologia na sociedade, como os bancos de células-tronco do cordão umbilical e a comercialização de testes de identificação de ancestralidade.