Pausa pro Debate

O início do ano de 2019 e do mandato do presidente Jair Bolsonaro foi marcado pela publicação de um decreto presidencial que flexibilizou os critérios para a posse de armas de fogo definidos pelo Estatuto do Desarmamento, de 2003. Esse fato serviu de mote para a primeira edição do Pausa pro Debate. A partir do tema: “Um país com cidadãos armados está mais seguro?”, discutiu-se o armamento civil no Brasil.

Para o debate foram convidados quatro alunos do 3º ano do Ensino Médio. Júlia Sampaio Cassú Laranjeira e Antonio Bellizia foram encarregados de defender o desarmamento, enquanto a dupla formada por Lívia Haddad de Almeida e Théo Sá Rego Fernandes de Souza defendeu o direito de o cidadão possuir e portar armas de fogo. A discussão do tema foi moderada por Daniel Gerecht, também aluno do 3º ano do Ensino Médio.

Cada dupla abriu sua fala com a leitura de um texto que defendia seu posicionamento por meio de argumentos filosóficos e sociológicos e análise de dados. A dinâmica do evento contou com a participação da plateia, que, após o início da discussão – quando cada dupla questionava os argumentos de seu oponente –, pôde elaborar perguntas para cada representante das perspectivas defendidas.

O mediador do debate, Daniel Gerecht, em seu depoimento sobre o evento, ressaltou a importância da existência de “espaços de debate que prezem pela razão sem cair nas vis veredas da polarização”, fugindo das “mentiras e argumentos puramente emocionais sem embasamento científico”.

Para Théo Fernandes, uma das maiores contribuições do evento foi a “oportunidade de desenvolver outras habilidades além daquelas trabalhadas em sala de aula”. Além disso, destacou que a tarefa de defender um ponto de vista com o qual não concorda abalou algumas de suas certezas e o fez relativizar alguns posicionamentos, permitindo-lhe adotar “uma postura mais ponderada e aberta a outras visões”.