IX Mostra Literária da Móbile
21 de agosto de 2019
No dia 10 de novembro de 2018, estudantes, famílias, funcionários e professores da Móbile mergulharam no universo da Poesia. Por meio dos trabalhos ds alunos do 1º ano do Ensino Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio, os visitantes puderam (re)conhecer a obra de importantes poetas brasileiros, contemplar a produção poética de nossas crianças e adolescentes e refletir sobre importantes temas da contemporaneidade.
Os visitantes foram recebidos pelo poema-mote “Lembrete”, de Alcides Villaça. Esse poema, cujos últimos versos dão título à mostra, norteou todos os projetos apresentados no evento.
Na entrada da exposição, conheceram a Praça das palavras, uma grande caixa multimídia com projeções de textos e declamação de poemas. Idealizado por alunas e alunos do 3º ano do Ensino Médio, o espaço apresentou uma coletânea de textos poéticos tidos como marcantes no percurso escolar desses estudantes. Em seguida, os dois grandes elementos do fazer poético − o som e o sentido − foram retomados pelas turmas dos anos iniciais do Ensino Médio. A partir do trabalho com os diferentes recursos poéticos que promovem a sonoridade nos poemas, os estudantes do 1º ano do Ensino Médio recuperaram a origem do lirismo poético, ou seja, a relação entre literatura e música, e produziram poemas líricos com temas variados. O 2º ano do Ensino Médio, por meio de recursos poéticos próprios da criação de sentido − metáforas, sinestesia, comparações e outras figuras de linguagem −, criou as “metáforas da vida”, uma composição de imagens e textos poéticos.
Após essa introdução ao universo da poesia, os visitantes puderam conhecer espaços destinados a importantes autores da poesia brasileira: Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles, José Paulo Paes, Manoel de Barros, Manuel Bandeira, Marina Colasanti e Mário Quintana. Para além de entrar em contato com fragmentos das obras de cada um dos poetas, os convidados puderam também conhecer a produção dos alunos de 1º a 5º ano do Ensino Fundamental, que, inspirados por diferentes poemas, aventuraram-se no universo do fazer poético.
Para além de arriscar-se na produção da poesia, alunas e alunos do 6º ano da Escola Móbile e da Móbile Integral desbravaram o mundo do bordado. Inspirados pelas narrativas poéticas de Marina Colasanti e pelo estudo do gênero “poesia visual”, os estudantes criaram suas Palavras Aladas − versos bordados em tecido e papel −, que encheram de cores nossa exposição.
As turmas de 7º, 8º e 9º ano foram desafiadas a apresentar a poesia como instrumento indispensável para a reflexão e a discussão sobre temas importantes da contemporaneidade.
Reconhecer a herança africana como matriz cultural formadora de nossa identidade e (re)pensar a trajetória de mulheres, homens e crianças submetidos à escravidão em nosso país promoveu, aos alunos do 7º ano, profundas reflexões e um importante exercício de empatia na produção de versos e narrativas de resistência, denúncia e ciência sobre esse terrível episódio da nossa história. No espaço Histórias Cruzadas: reflexos de prosa-poesia, os visitantes contemplaram não apenas as produções literárias dos alunos, mas também as “caixas de memória”, obras produzidas em parceria com a disciplina de Artes Visuais que tinham como objetivo reproduzir, por meio de diferentes objetos, as memórias dos protagonistas escravizados, criados pelos estudantes.
Alunas e alunos do 8º ano tiveram como mote para a produção de seus versos a relação entre o indivíduo e o espaço urbano. Em uma cidade repleta de movimentos, ruídos, cartazes, conversas, há espaço para a reflexão, a contemplação e a interação? Foi a partir desse questionamento que os estudantes criaram, em sua Cidade-poesia: a travessia do ser, poemas e imagens poéticas com o objetivo de pensar os lugares, as pessoas, as memórias, as sensações e as contradições que escancaram a multiplicidade da cidade e atingem o ser que nela vive.
Por fim, em Poética da imigração, as turmas de 9º ano utilizaram a palavra poética como instrumento para quebrar grades e muros que dividem nosso mundo contemporâneo. Refletindo sobre os processos migratórios dos diferentes povos, bem como sobre a configuração e a reconfiguração das fronteiras, alunas e alunos resgataram a sensibilidade diante da crescente corrente xenofóbica, em um importante exercício de empatia por aqueles que vivem em situação de migração e/ou e refúgio atualmente.
Para além de conhecer os trabalhos desenvolvidos pelos estudantes, os convidados puderam também participar de apresentações que ocorreram ao longo do dia: Em Vivências poéticas e musicais (Atividades lúdicas para pequenos poetas), crianças e adultos foram convidados a cantar e dançar a poesia; espalhados pelos espaços de exposição, os Sussurradores de poesia encantaram os visitantes com a declamação de diferentes poemas; na apresentação Poesia cantada, o público se encantou com o encontro entre a música lírica e a poesia; e, por fim, na Roda de conversa, foi possível conhecer o processo criativo e a produção de quatro poetas mulheres contemporâneas.
Ao final da exposição, os visitantes foram desafiados a também mergulhar no universo do fazer poético, produzindo seus próprios versos.