Adolescência e Liberdade

22 de março de 2010


Faz parte da adolescência fazer escolhas e correr riscos. Em contrapartida, para que o crescimento se dê de forma saudável, a adolescência requer dos adultos – escola e família – o compartilhamento de princípios que vão orientar as escolhas em qualquer situação, como também proteção. Vale a pena nos perguntarmos como estamos nesses dois aspectos.

Quando iniciamos com os alunos do 8º ano do Ensino Fundamental o Projeto Saúde e Bem-Estar do Adolescente, partimos de três questões. Os alunos pensaram na adolescência de forma geral, depois fizeram um levantamento dos medos e preocupações vividos nesse período, como também expuseram as suas vantagens.

O levantamento resultou num mapeamento em que cada um pôde se situar a partir das ideias coletivas.

Os gráficos a seguir foram debatidos em sala de aula e, a partir deles, escolhemos um tema para orientar nossas discussões: “Adolescência e Liberdade”

Adolescência – Quais palavras são associadas à adolescência?


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Adolescência – preocupações/receios


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Passamos, então, a entender os significados de Liberdade. Lemos o texto adaptado de Silvio Gallo, do seu livro Ética e Cidadania: Caminhos da Filosofia. Dele retiramos alguns princípios que orientaram as discussões que fizemos sobre a questão da liberdade e escolha.

“A liberdade é o próprio fundamento do ser do homem. Ela está na raiz de seu comportamento, porque sempre temos de escolher.”

“A escolha transforma-se em ato. Escolho e faço alguma coisa.
E todo ato tem consequências, resultados. Se fui eu que escolhi e eu que agi, devo ser responsável pela escolha e por aquilo que fiz. Em decorrência, também tenho responsabilidade sobre as consequências de minha ação.”

“Quando escolho que me torno humano, escolho não apenas a mim, mas a toda a humanidade.”

Fazendo uso desses princípios, passamos a levantar situações em que precisamos fazer escolhas tanto no mundo real como no virtual. Esse último mereceu destaque. Trabalhamos com a cartilha Segurança na Internet (www.safernet.org.br) e fizemos uma palestra dirigida aos alunos e aos seus pais sobre Ética na Internet, com a Drª Marcela Macedo, advogada especializada em direito digital e coordenadora do movimento Criança Segura na Internet.

Para abrir a palestra, os alunos apresentaram os resultados da pesquisa realizada com 8º ano sobre o uso da Internet.

  1. 71 % dos alunos têm computador pessoal ligado à internet;
  2. Dentre eles, 44% têm também um celular pessoal com acesso à internet;
  3. 63% dos alunos afirmaram não receber por parte dos pais restrições ao acesso à internet;
  4. 54 % dos alunos dizem não ter tempo limitado para o uso do computador;
  5. 50% dos alunos afirmam que já tiveram contato com conteúdos impróprios na internet;
  6. 50% dos alunos afirmaram não conversarem com os pais sobre o uso do computador;
  7. 16% dos alunos afirmam que já presenciaram ou sofreram ciberbullying.

Conhecer o que os alunos e filhos pensam sobre questões que determinam o crescimento saudável e compartilhar com eles princípios que orientam as escolhas são estratégias que, sem dúvida, ajudam o adolescente a crescer. Estar próximo deles e protegê-los de riscos desnecessários são outros aspectos que, somados aos primeiros, podem garantir seu bem-estar.