A arte contemporânea e a inquietação

22 de março de 2019


Agnaldo Farias, professor-doutor da FAU – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP – e crítico de arte, esteve com nossos alunos do Ensino Médio para discutir as tendências e as polêmicas que envolvem a arte contemporânea.

Dando continuidade às discussões promovidas pelo curso de Estudos Literários, especialmente no 3º ano, o professor discutiu o processo de recepção da arte contemporânea e enfatizou a necessidade de o público abrir-se a experiências inéditas e provocativas, cujo sentido e beleza nem sempre se dão a ver de modo imediato. Para entender a arte de hoje, segundo ele, é preciso superar preconceitos, buscar novos parâmetros, dedicar-se ao estabelecimento de relações múltiplas e, acima de tudo, aceitar o “enigma”.

Em sua exposição, Agnaldo Farias analisou as obras Abrigo (1996), da artista fluminense Brígida Baltar, e o edifício da Fundação Cartier para a Arte Contemporânea (Paris), projetado pelo arquiteto francês Jean Novel. Além disso, respondeu a questões dos alunos acerca do lugar do artista e da viabilidade de compreensão e fruição de um objeto artístico exposto em museus e galerias distantes, por meio de recursos digitais. Comentou, ainda, sua trajetória profissional e defendeu a manutenção do estudo da História da Arte na educação básica.

Valendo-se de referências culturais diversas, o professor criou a oportunidade de os alunos acompanharem uma fala de grande acuidade intelectual, inclusive no uso inteligente do humor. No final da palestra, alguns estudantes permaneceram para comentar como algumas de suas colocações os tocaram particularmente.