Cinema e Saber: “Na natureza selvagem”
24 de agosto de 2017
“Ele estava só. Estava abandonado, feliz, perto do selvagem coração da vida.”
(James Joyce)
Grande parte de nossos alunos entra na Móbile aos 2 anos de idade, na Educação Infantil, e sai da escola aos 17, quando conclui o Ensino Médio. Mesmo num mundo tão pouco afeito a ritualizações como é o nosso, é inegável que os anos de conclusão do Ensino Médio constituem concretamente um momento marcado por ansiedade, expectativa, sonho e alguma angústia. Essa avalanche de sentimentos está ligada, certamente, à exigência que se impõe a um jovem que conclui o Ensino Médio no Brasil: ele precisará fazer uma escolha.
Na Móbile, esse momento de escolha dos alunos é tratado com muito cuidado. Encontros para Orientação Profissional (OP) e esclarecimentos sobre as carreiras mais procuradas pelo nosso público são algumas das ações planejadas pela escola com o objetivo de dar conta de um aspecto, de certa forma “prático”, dessa conturbada fase de escolha. Entretanto, outro aspecto, mais sutil (e não menos importante), também deve ser levado em conta por uma escola que se ocupa de seus estudantes de forma global: a discussão em torno da responsabilidade e das consequências das escolhas.
O curso de Filosofia da Móbile – embasado em filósofos como Platão, Sartre, Nietzsche, entre outros – se incumbe da tarefa de convidar os alunos para uma reflexão acerca dos controles sociais e da liberdade. Com esse objetivo, em agosto, o professor de Filosofia, Felipe Corazza, apresentou aos alunos do 2º ano do Ensino Médio o filme Na natureza selvagem (Into The Wild), de Sean Penn (ciclo Cinema e Saber). Nele, Christopher McCandless (Emile Hirsch) é um jovem recém-formado que decide viajar pelos Estados Unidos em busca de sua “liberdade”. Em seu percurso pela Dakota do Sul, pelo Arizona e pela Califórnia, McCandless, embalado pela trilha sonora de Eddie Vedder, trava contato com personagens dos mais variados perfis que mudarão sua vida. Após dois anos “sem destino certo”, Christopher decide fazer uma opção (de vida) ainda mais arriscada, uma viagem rumo ao Alasca. O mergulho nessa dupla natureza selvagem fará com que o personagem (e por que não dizer “o público”) se depare visceralmente com a consequência de suas escolhas.
O difícil ato de fazer uma opção contém em si um paradoxo. Escolher significa ganhar o que se almejou, mas também abrir mão de desejos, pelo menos momentaneamente. Saber conviver de maneira saudável e responsável com as frustrações consequentes de uma escolha é uma das marcas do amadurecimento e da autonomia.
Conheça a principal canção do filme de Sean Penn:
Society
(Composição: Jerry Hannan)
Oh, it’s a mystery to me
We have a greed with which we have agreed
And you think you have to want more than you need
Until you have it all you won’t be free
Society, you’re a crazy breed
Hope you’re not lonely without me…
When you want more than you have
You think you need…
And when you think more than you want
Your thoughts begin to bleed
I think I need to find a bigger place
Because when you have more than you think
You need more space
Society, you’re a crazy breed
Hope you’re not lonely without me…
Society, crazy indeed
Hope you’re not lonely without me…
There’s those thinking, more or less, less is more
But if less is more, how you keeping score?
Means for every point you make, your level drops
Kinda like you’re starting from the top
You can’t do that…
Society, you’re a crazy breed
Hope you’re not lonely without me…
Society, crazy indeed
Hope you’re not lonely without me…
Society, have mercy on me
Hope you’re not angry if I disagree…
Society, crazy indeed
Hope you’re not lonely without me…