Convite para a VIII Mostra Literária

25 de outubro de 2016


O poema “Blanco” (1967), de Octavio Paz, e sua versão em língua portuguesa, de Haroldo de Campos, serviram de inspiração para a VIII Mostra Literária.

“Me vejo no que vejo
Como entrar por meus olhos
Em um olho mais límpido
Me olha o que eu olho
É minha criação
Isto que vejo
Perceber é conceber
Águas de pensamentos
Sou a criatura do que vejo.”

O verso “Sou a criatura do que vejo”, tão em diálogo com um tempo em que se faz urgente refletir sobre a necessária capacidade de todos nós de nos colocarmos no lugar do outro, de procurar sentir o que esse outro sente, de esforçar-se para olhar de outros pontos de vista, inspirou os professores e coordenadores que trabalham na área de Linguagens.

Convidamos todos a desconstruir pontos de vista que promovam julgamentos precipitados e sentimentos hostis com relação a opiniões, atitudes, crenças e modos de ser diversos. A intransigência dos tempos atuais, inegavelmente, segrega, exclui, gera dor, sofrimento e violência.

Nesse sentido, no processo de construção, DESconstrução e REconstrução a que nos propomos nesta Mostra Literária, “é sempre melhor o impreciso que embala do que o certo que basta,/ Porque o que basta acaba onde basta, e onde acaba não basta,/ E nada que se pareça com isto devia ser o sentido da vida…” (Álvaro de Campos)