Em que cidade queremos viver?

19 de outubro de 2016


Envolver-se com a campanha eleitoral de nossa cidade é mais do que conhecer as propostas dos candidatos que disputaram a prefeitura de São Paulo em 2016. Trata-se de refletir sobre a cidade, seus problemas e, principalmente, sobre os imensos desafios para transformá-la em um lugar melhor para todos. Não somente pensar na urbe em que vivemos, mas, sobretudo, discutir a cidade na qual queremos e podemos viver. Saber como pensa quem governará a cidade de São Paulo a partir de 2017 pode ser a diferença entre uma e outra.

Para essa reflexão, convidamos alunos do 3º ano para representar os candidatos à prefeitura de São Paulo e defender suas propostas. Cada um deles foi orientado a pesquisar e aprofundar seus conhecimentos sobre as propostas dos candidatos e de seus respectivos partidos. Os alunos que participaram desse desafio foram: Paulo Gabriel Thomaz (João Doria – PSDB), Pedro Santana (Celso Russomano – PRB), Alice Grinbaum (Marta Suplicy – PMDB), Mariana Castro (Fernando Haddad – PT) e Noelly Santos Flor (Luiza Erundina – PSOL). A seleção dos candidatos e a ordem de apresentação foram definidas levando-se em conta as últimas pesquisas de intenção de votos.

Cada aluno apresentou em linhas gerais dados sobre a história de vida do candidato representado, sua trajetória política e suas propostas para a cidade.

Dada a complexidade de assuntos que poderiam surgir ao discutir a cidade, optamos por tratar os temas da mobilidade urbana (redução da velocidade das vias expressas, ampliação dos corredores de ônibus, implementação das ciclovias, por exemplo) e também as questões relativas ao lazer na metrópole, como a abertura de avenidas para a diversão da população aos domingos – temas que provocaram polêmica durante a atual gestão.

Em seguida, a palavra foi dada ao público, que passou a fazer perguntas diretamente aos candidatos. Se de um lado os representantes dos postulantes a prefeito de São Paulo mostraram-se muito bem preparados para responder às indagações do público, o mesmo se pode dizer da plateia, que, bastante bem informada e crítica, cobrou esclarecimentos sobre as propostas de cada um deles.

Todo o debate culminou com a organização de uma eleição simulada que contou com a participação do Ensino Fundamental II e do Ensino Médio. Focado nas discussões das propostas para a cidade, o Pausa pro debate reforça a importância de abrir espaços para refletir sobre a política e seus personagens e incentivar não apenas o debate de ideias, mas despertar os jovens para a participação política.

Fernando Savater, em seu livro Política para meu filho, nos conta que “os antigos gregos chamavam quem não se metia em política de idiotés, palavra que significava pessoa isolada, sem nada a oferecer às demais, obcecada pelas mesquinharias de sua casa e, afinal de contas, manipulada por todos”. Desse idiotés deriva nosso idiota atual. O que se viu no auditório da Móbile estava longe disso: jovens ativos, reflexivos e preocupados com o bem comum fazendo política.


Beto Candelori é Coordenador do
Pausa pro Debate.