Entre paisagens e memórias
6 de junho de 2019
Entre paisagens e memórias: um olhar investigativo e afetivo sobre São Luiz do Paraitinga: esse foi o mote do Estudo do Meio do 9° ano. Ao longo dos dias 8, 9 e 10 de maio, os alunos imergiram em uma outra dimensão de tempo – dessas que arrebatam e fazem perceber o atravessar da experiência. Em uma das tantas esquinas da cidade, a estátua de Juca Telles, um dos símbolos do tradicional Carnaval luizense, já anunciava a grande questão a ser perseguida – seja poética, seja cientificamente: “Como viver sentindo a passagem do tempo?”. Com o objetivo, portanto, de descobrir esse novo tiquetaquear que se abria aos olhos dos viajantes e contemplar as diversas disciplinas engajadas na investigação, os grupos foram divididos por uma programação bastante diversa.
A começar pelo levantamento de dados históricos e geográficos, foram percorridos os pontos centrais de São Luiz – lugares em que a história se condensa –, sem os quais não é possível compreender, de fato, o desenvolvimento da cidade e seu crescer: o Mercado Municipal, a Capela das Mercês, a Igreja Matriz e o Coreto do calçadão de São Luiz, onde houve uma contação de histórias com Ditão, figura local muito conhecida pelos moradores.
A oficina de adereços na casa de Oswaldo Cruz, que hoje abriga um museu, foi uma imersão na tradição festiva de São Luiz. Benito Campos, artista plástico e poeta, acompanhou e instruiu os alunos na confecção de cartolas e tiaras para serem usadas durante o cortejo da sexta-feira. Para além disso, a visita à casa colocou os grupos em contato com um acervo de fotos e relatos orais, trazendo à tona muitos aspectos da história da cidade e de suas reconstruções.
A atividade de Fotos e Crônicas, que se deu ao redor da Igreja do Rosário, da Praça Central e do Rio Paraitinga, foi o momento em que os alunos se dedicaram à observação vagarosa da cidade e à coleta de detalhes a partir de olhares e sensações. O objetivo era promover momentos de inspiração e registros que possibilitassem a escrita posterior da crônica. Além disso, esse foi o espaço em que puderam fotografar com as câmeras produzidas no Projeto de Engenharia da disciplina de Ciências.
Durante a visita ao Rancho do Mato, as turmas investigaram com mais fôlego os aspectos físicos e ambientais de São Luiz. Elas foram aproximadas dos contrastes entre áreas de erosão e de manutenção das matas ciliares, construíram um forno artesanal e, por fim, visitaram uma área de permacultura – um sistema de cultivo que tem por base o equilíbrio e o cuidado para com as pessoas e a natureza. No Núcleo Santa Virgínia, por sua vez, os alunos fizeram uma trilha guiados pelos monitores, apreciando a vegetação e o ecossistema locais e aprendendo um pouco mais sobre as espécies que ali se desenvolvem.
No último dia da viagem, como despedida da cidade “entre um mar de morros” – como a caracterizava o geógrafo Aziz Ab’Saber –, os integrantes do Bloco Juca Telles promoveram um “Carnaval fora de época” e desceram, partindo da Igreja do Rosário, as ruas de paralelepípedo em direção ao Mercado Municipal. Enquanto isso, alunos, professores e monitores, em coro, cantaram as marchinhas de Carnaval e puderam experimentar uma São Luiz em festa.
Veja as fotos.