Estudo do Meio do 6º ano
11 de julho de 2018
Uma viagem de Estudo do Meio compreende uma oportunidade bastante enriquecedora de convívio entre colegas e, principalmente, de substituição das aprendizagens em sala de aula, nos sites ou mesmo nos livros por experiências reais de investigação. Imersos nos diversos aspectos que essa saída de campo mobiliza, os alunos do 6º ano da Escola Móbile partiram no dia 9 de maio para a região de Leme e Rio Claro.
A primeira etapa de pesquisa consistiu na observação de um paredão milenar em Rio Claro. Utilizando técnicas e estratégias de trabalho de um cientista naturalista, os alunos saíram em busca de fósseis. O objetivo era propiciar uma situação em que as turmas pudessem confrontar hipóteses levantadas sobre o ambiente pesquisado. Essa experiência de procurar por vestígios que possam dar algum sentido e criar elos com nossa existência foi, com certeza, uma atividade bastante estimulante e mobilizadora para as crianças.
Outros trabalhos de campo, desenvolvidos no Acampamento Repúbllica Lago, avançaram na investigação de aspectos naturais, sociais e históricos do ambiente rural. Apropriados de várias questões e indagações sobre a produção agrícola, as crianças tiveram a oportunidade de conhecer diferentes formatos em que essa atividade se desenvolve: um sítio de produção familiar e uma estrutura agrícola de grande extensão e de produção de monocultura. Essa outra etapa de pesquisa tinha como objetivo estimular a compreensão das relações estabelecidas entre o campo e a cidade em relação à produção e ao abastecimento de alimentos.
Tendo o aspecto do trabalho rural como referência, os alunos entrevistaram agricultores de maneira a realizar um contraponto entre as modalidades de trabalho identificadas nos primórdios da humanidade e aquela que conseguiram identificar na atualidade. “O que permanece e o que se altera no trabalho humano?” foi a questão mobilizadora dessa tarefa.
Considerando os aspectos naturais, os alunos foram estimulados a observar o ambiente, adotando uma postura investigativa e um olhar atento aos detalhes, percorrendo e construindo relações entre os diversos organismos que compõem a natureza. Realçar, destacar aquilo em que nem sempre prestamos atenção foi, sem dúvida, uma oportunidade diferenciada oferecida aos alunos.
Essa disposição se manteve em outra atividade, quando a experiência de ver o céu por meio de telescópios aproximou as crianças de astros e sistemas – Saturno, Júpiter, a Via Láctea – tão mencionados em estudos que já realizaram e ainda realizarão ao longo do 6º ano.
Iluminar tradições presentes nas histórias do Saci, do Lobisomem e da Mula sem cabeça, ouvindo o estalar do vento no bambuzal, sentindo o cheiro de lenha queimada e escutando a voz tímida de um contador de “causos”, deu cor e presença ao caipirismo e às variações linguísticas estudados em sala, a partir dos textos de Monteiro Lobato.
As crianças foram expostas a uma série de vivências em que puderam observar, confrontar hipóteses, indagar e construir conhecimentos. Essas experiências todas proporcionaram às crianças situações de convívio em que desenvolveram habilidades de colaboração, de ampliação dos laços sociais e de vida em grupo, tão fundamentais para o desenvolvimento integral dos alunos.