Ler o mundo: ler-se

5 de abril de 2012


A chegada do homem à Lua, em 1969, representaria, nos dizeres do próprio astronauta Neil Armstrong, “um grande passo para a humanidade”. Armstrong quis assim sugerir que a conquista em questão abriria portas para uma série de melhorias à vida humana.

Independentemente da quantidade de inovações tecnológicas que possam ter surgido para se chegar a esse feito ou das que vieram a partir dele, a pergunta que alguns fizeram e ainda fazem é: seriam tais inovações realmente eficientes para a melhoria da vida em sociedade de toda a espécie humana?

O poeta Carlos Drummond de Andrade propôs reflexão análoga a essa pouco tempo depois de 1969, a partir do poema “O homem: as viagens”, ponto de partida do 9º ano para a discussão do primeiro texto integrante do projeto Ler o mundo: ler-se. Tal projeto percorrerá o curso de Língua Portuguesa propondo, a partir do exercício de leitura de textos literários diversos, reflexões sobre valores e princípios que determinam o nosso “estar no mundo”.

Leia o poema de Drummond

Qual a atitude do homem diante de seu problema na Terra? Como é a relação entre o engenho (a técnica) e o homem? O que muda a cada “nova” viagem realizada pelo homem em busca de menos miséria e mais diversão? Será que se trata, de fato, de viagens novas? O que representa a expressão “humanizar o homem” e por que isso estaria faltando?

Foram essas algumas das questões utilizadas para motivar a discussão com os alunos do 9º ano, que, ao final do processo de leitura e reflexão, tiveram o desafio de pensar o nosso presente à luz do poema de Drummond: e hoje, o homem já estaria humanizado? Quais seriam os “planetas” aos quais o homem ruma para fugir de si mesmo? Como anda a Terra? Ainda lugar de muita miséria e pouca diversão?

Cada aluno organizou o resultado de suas reflexões por meio de uma proposição livre e criativa, com o auxílio de imagens e palavras. Todos os trabalhos estão expostos na sala de Língua Portuguesa, e alguns deles podem ser vistos a seguir.