MobMun 2016

10 de agosto de 2016


Imagine ter a possibilidade de, diplomaticamente, chegar a uma resolução para o conflito armado na Síria ou conseguir uma vacina contra o vírus Zika, facilitando a Olimpíada no Rio de Janeiro. Este era o desafio dos participantes do MOBMUN, projeto criado em 2015 pelos ex-alunos João Marcelo Elias, Victor Miguel Villarreal Vega e pelos alunos Noélly Flôr e Pedro Sant’Anna, todos do Ensino Médio. O projeto reúne, em comitês, delegações de países, representados pelos alunos, que debatem questões propostas por uma Mesa Diretora, mediadora das reuniões.

Nesta segunda edição, o evento ocorreu no período de 21 a 24 de junho e abordou os temas da Guerra Civil na Síria e do surto do vírus Zika em dois comitês, o Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) e a Organização Mundial de Saúde (OMS), respectivamente. Os debates foram enriquecidos com diversas perspectivas de análise de um mesmo aspecto, como a legitimidade do governo de Bashar al-Assad ou a legalização do aborto, por exemplo.

Enquanto o evento ocorria, nós representávamos dois comitês de imprensa. As notícias eram publicadas em blogs e nos jornais impressos que entregávamos pelo colégio e para os delegados do MOBMUN.

A experiência de ser “jornalista” foge do que estamos acostumados. A notícia de fatos “reais” é um gênero textual dificilmente produzido no curso regular, ainda mais de forma tão intensa quanto no MOBMUN. Devemos utilizar vocabulário específico e adotar posturas jornalísticas que não necessariamente se alinham às nossas personalidades. É difícil o exercício da argumentação imparcial.

Esse projeto foi uma experiência (quase realista) de como seria trabalhar em um jornal, sabendo da necessidade de entregá-lo no dia seguinte. Era importante saber o que abordar, e a partir de que ponto de vista, considerando o posicionamento ideológico do veículo de comunicação, que, no caso, eram os periódicos The New York Times e El País. Ao mesmo tempo que nos responsabilizávamos por anotar as informações do debate, tínhamos de atualizar os blogs com as notícias recentes. Isso certamente foi um trabalho que demandou esforço, mas que era recompensado pela versão pronta do jornal.

Sobre os debates, foi muito interessante observar a forma como se pareciam com as reuniões da OMS e da CSNU. Isso se aplicava tanto às regras e aos argumentos dos países, que procuravam manter-se fiéis às versões reais, quanto ao dress code (que deveria ser formal) dos presentes no debate, inclusive da imprensa. O fato de os argumentos utilizados pelos delegados durante o MOBMUN serem similares aos dos países na realidade agregou mais conhecimento a todos os presentes – um benefício e um motivo a mais para participar deste evento.

À parte essa formalidade do evento, os jornais criaram páginas no Facebook para postar “memes” e outras informações, que brincavam com os delegados no geral. Um recurso parecido eram as “pérolas”, frases engraçadas ou sem sentido que os delegados diziam, muitas vezes sem perceber, ou quando se confundiam, e que eram divulgadas em uma seção do periódico no exemplar do dia seguinte.

No geral, como participantes da imprensa, pudemos desenvolver habilidades não apenas de escrita, mas também de trabalho em equipe, com funções bem divididas.

Deixamos o convite para ver o resultado deste trabalho, que pode ser acompanhado nos seguintes blogs:

https://elpaismobmun.wordpress.com/ (El País)

https://thenewyorktimesweb.wordpress.com/ (The New York Times)


André Amorim, Bruna Candil, Fernanda Montes, Pedro Gonçalves e Rafael Coelho são alunos do Ensino Médio.