O adolescente e o consumo de álcool
22 de março de 2013
O Projeto Saúde e Bem-Estar do Adolescente, desenvolvido pela equipe de Orientação Educacional da Móbile, coloca em pauta temas que fazem parte do universo dos jovens. A reflexão acerca desses temas, neste momento do desenvolvimento dos alunos, é bastante significativa não só como ampliação de conhecimento, mas também para assegurar uma adolescência mais saudável.
Falar com jovens sobre o consumo de álcool é um desafio!
Desafio por sabermos que na adolescência há um sentimento de onipotência e que o movimento dos jovens está voltado para a transposição de limites e para explorar o desconhecido. Nesse processo, alguns, mais que outros, colocam-se em maior risco e pensam pouco nas consequências de suas escolhas.
Como, então, achar o tom certo para falar de uma substância que tem um diferencial, pois, apesar dos efeitos danosos, é aceita socialmente?
A informação é o primeiro passo. O conhecimento traz condições para a tomada de decisões mais acertadas. Podemos, portanto, prevenir um comportamento de risco dando instrumentos para reflexão, além de estabelecer com os jovens valores e princípios que sustentem as suas relações sociais e a tomada de decisão.
Colocando o jovem na perspectiva de um sujeito que se responsabiliza por seus atos, discutimos, nas aulas de Orientação Educacional, os riscos que o consumo precoce do álcool traz.
Lançamos discussões sobre os seguintes aspectos:
- hábitos e comportamentos: a questão social e a aceitação social;
- influência do grupo nas ações dos jovens;
- influência da propaganda na formação de hábitos e comportamentos;
- leis existentes sobre a proibição da compra de bebidas alcoólicas por menores de 18 anos,
Fazemos, desde 2010, uma pesquisa sobre Hábitos e Comportamentos dos Alunos. Os resultados abrem um amplo campo de reflexão, e o interesse dos alunos na discussão é grande por revelar o comportamento de seu grupo social. Ao se posicionarem sobre o uso de bebida alcoólica, tabaco, alterações no cérebro que as drogas podem trazer e idade em que o cérebro amadurece, temos um parâmetro de suas ideias com as dos colegas, levando a uma confirmação ou reposicionamento das opiniões dos alunos.
Apostamos na informação e no diálogo como ferramentas para sensibilizar o jovem de que vale a pena colocar em prática os conhecimentos adquiridos.
Os alunos ficam bastante mobilizados e envolvidos na discussão do assunto, mas sabemos que temos um longo caminho pela frente, pois, como escreveu o Dr. Jairo Bouer (médico psiquiatra, especialista em saúde e comportamento dos adolescentes): “Muitas vezes o jovem esquece ou abandona tudo o que sabe em algum lugar da cabeça. E isso o coloca cara a cara com o risco.”
Reafirmamos que, por se encontrarem numa fase de busca e estabelecimento de escolhas, os jovens precisam de autoconfiança ao enfrentar a pressão do grupo e de um maior discernimento, que se desenvolve com a ampliação do repertório vivencial e intelectual para responder a novas situações.
O desafio, assim, é de forma convergente e assertiva, em que a escola, a família e o grupo social possam oferecer elementos que sejam determinantes na abertura de caminhos para dissociar o consumo de álcool como pré-requisito para uma convivência social agradável.