O consumo de álcool na adolescência

8 de agosto de 2017


Com a capacidade mais sofisticada de pensar, o adolescente, a partir principalmente dos 14 ou 15 anos, aprimora suas concepções sobre quem ele é e do que é capaz. Não por acaso, fica mais propenso a experimentar papéis diversos e a envolver-se em situações novas.

Se por um lado isso pode representar um salto importante na autonomia do jovem, por outro pode estar associado a comportamentos mais impulsivos e temerários. Nesse sentido, a questão do álcool e das drogas é, sem dúvida, uma das principais preocupações das famílias e da escola.

No caso do álcool, entretanto, está-se diante de uma droga lícita de ampla aceitação social e de papel cultural bastante acentuado em diversas sociedades, inclusive na nossa. O resultado disso é que, muitas vezes, os adolescentes veem com naturalidade o consumo precoce de álcool, apesar de a legislação brasileira ser bastante taxativa na busca de evitá-lo, conforme se percebe nas proibições de consumo de álcool por menores de 18 anos e de comercialização para pessoas dessa faixa etária.

Cientes de que não se deve banalizar esse fato nem se naturalizar o consumo do álcool na adolescência, a equipe pedagógica do 9º ano do Ensino Fundamental da Móbile organizou, no dia 14 de junho, uma palestra sobre o assunto. Foram convidados para a conversa o psiquiatra Dr. Jamilson Jefferson de Castro e a terapeuta ocupacional Dra. Helen Isabel de Freitas, ambos com experiência tanto com o tema quanto com adolescentes.

Mais do que apenas reforçar a mensagem muito difundida – e por isso já óbvia – de que o álcool faz mal, os palestrantes trouxeram uma ampla gama de informações que contribuíram para que os alunos compreendessem qual a ação do álcool no nosso cérebro e quais as implicações dela tanto no organismo quanto no comportamento de quem ingere essa substância.

Ao final, os alunos puderam fazer perguntas e esclarecer algumas dúvidas. Listamos a seguir algumas dessas questões:

  • Diferentes pessoas podem ter diferentes reações à mesma droga? (Marina Lorenzi, 9º C)
  • A condição familiar ou situação que o adolescente vive podem levar ao aumento ou ao início do consumo de álcool e outras drogas? (Luísa Barros, 9º C)
  • Por que a lei permite que maiores de 18 anos possam beber, se foi dito que o cérebro só amadurece com 20 anos? (Camille, 9º D)
  • Existem bebidas mais nocivas ao desenvolvimento do cérebro do que outras? (Giulia Reggio, 9º A)

Como se vê, trata-se de questionamentos sinalizadores de jovens que, quando trazidos para o centro de debate, podem interagir com ele de forma mais produtiva e reflexiva do que se conseguiria com frases feitas e cartazes pretensamente pedagógicos do tipo “Diga não!”. Se é evidente que a reflexão e a informação podem não bastar para redundar em uma ação, é igualmente certo que, sem elas, nenhuma ação efetiva será possível.