Oficina de Design Gráfico realça o olhar dos alunos do 7° ano
29 de novembro de 2019
No segundo semestre, todas as turmas do 7º ano participaram de uma Oficina em que receberam a assessoria do designer gráfico Bob Nogueira para a realização dos seminários de História sobre o período de Escravidão no Brasil
No início do terceiro bimestre, o profissional Bob Nogueira veio à Escola Móbile para fazer uma Oficina de Apresentações em que os alunos aprenderam sobre tipografia, uso de cores e imagens, além de muitas outras estratégias sobre como criar uma boa apresentação de slides no Google Drive.
O designer foi convidado pelo professor de História Augusto Russo com o propósito de capacitar os estudantes do 7º ano a elaborar uma apresentação para os seminários do Projeto Histórias Afro-Atlânticas.
O projeto foi criado com o intuito de quebrar estereótipos sobre a África, considerando que nossa cultura brasileira tem grande conexão com vários países desse continente localizado a quilômetros de distância de nós e separado pelo Oceano Atlântico, mar da travessia negreira. Os seminários e todas as suas etapas de preparação foram realizados por grupos de trabalho, trios e quartetos, que, no final do bimestre, preparam uma apresentação de slides sobre um dos seguintes temas de estudo propostos pela disciplina de História:
- Captura e saída da região de origem;
- A travessia e o comércio de escravos;
- Revoltas e fugas;
- Outras formas de resistir: a manutenção da cultura;
- O cotidiano: rotina de trabalho;
- O café;
- A mulher e a criança;
- Alforrias.
A participação de Bob Nogueira se deu em três encontros com cada turma do 7º ano. No primeiro, houve uma exposição dialogada, no auditório da Móbile, momento em que o designer nos mostrou os princípios de uma apresentação. Depois, os estudantes se envolveram em uma aula prática, quando, de forma descontraída, colocaram em ação os novos conteúdos aprendidos por meio da criação de uma apresentação sobre um super-herói. Por último, após duas semanas, houve uma assessoria em que os alunos mostraram seus slides preparados para os seminários ao profissional, que lhes deu orientações de como melhorar suas apresentações.
Em meio a esses encontros, o aluno do 7° ano Thiago Carelli Lopes, coautor deste texto juntamente à Coordenação de série, entrevistou o designer para descobrir mais sobre a passagem dele pela Escola Móbile. Na entrevista, Bob contou sobre as expectativas de que muitos alunos aderissem à proposta de trabalho feita por ele e usassem o material trazido para consulta. Percebeu que alguns estudantes tinham “dom para o trabalho”. No final, ele relatou sobre como os jovens de hoje são mais disponíveis e aptos ao uso de imagens como forma de aprendizado, devido ao grande contato com elas nos dias atuais. Disse ele: “Hoje em dia, no mundo em que vivemos, desenvolvemos um olhar crítico que pode ser utilizado para esse propósito de se comunicar usando imagens.” Como dica final, Bob Nogueira destacou: “Utilizem esse olhar crítico desenvolvido por vocês em suas próximas apresentações! Não se esqueçam disso!”
No quarto bimestre, o Projeto Histórias Afro-Atlânticas tornou-se interdisciplinar, contando, além da disciplina de História, com a participação de Português, Artes e Inglês. Em duplas formadas a partir dos grupos que elaboraram os seminários, os alunos prepararam dois outros trabalhos como produtos finais das aprendizagens desenvolvidas no semestre. Inspirados na leitura das obras Os da minha rua, produzida pelo escritor angolano Ondjaki, e na adaptação em língua inglesa de “Twelve years a slave”, do afro-americano Solomon Northup, os jovens escritores elaboraram um conto histórico baseado no período de colonização do Brasil. A partir disso, construíram também uma obra artística selecionando materiais que representassem a memória das personagens criadas nas narrativas, processo de ressignificação de elementos conhecido como ready-made, trabalho que também pôde ser apreciado na 13ª Mostra de Artes da Móbile, realizada em 23 de novembro.
Buscar formas de expressar o conhecimento é tão significativo para a aprendizagem quanto o conteúdo estudado. A articulação e a formação de um pensamento próprio pressupõem a maneira como ele se configura para que a mensagem, realmente, comunique o que se pretende. Nesse sentido, vivenciar e praticar o design gráfico para a apresentação de seminários permitiu que os alunos do 7º ano tivessem a oportunidade de planejar, com propósito, o uso de tipografias, cores e imagens para compartilhar, de forma criativa, o que aprenderam sobre a Escravidão.