Palavras aladas

21 de agosto de 2019


Palavras aladas

Hoje é dia de poesia! Há mais Palavras Aladas que gente na praça da liberdade! O espaço da escola – metáfora em si da liberdade – hoje se mostra povoado pelas palavras dos nossos meninos e meninas do 6º ano. A visualidade e os entremeados coloridos destes versos ainda tão jovens nos surpreendem pela maturidade inesperada e tão atenta à vida.

As Palavras Aladas foram bordadas no papel e no tecido. De tão potentes que são, precisaram ficar presas em um suporte. Caso contrário, seria bem possível que algumas delas esbarrassem em algum transeunte ou ficassem presas numa árvore, numa nuvem, num avião. Como diz o poeta Carlos Faraco, “o bordado talvez seja a forma mais evidente de tramar a vida enquanto ela escorre. Esse tramar atribui significado ao tempo, por apreendê-lo num tecido” ou no papel. O ato de bordar é o melhor caminho para atingir nossa razão de viver que é nada mais do que construir. Construir culturas, objetos, casas e afetos. Estes poemas são exemplos de construções para uma sociedade mais terna e reflexiva.

As narrativas poéticas de Marina Colasanti e o estudo de poesia foram o mote para o desenvolvimento deste trabalho. Depois da leitura e da discussão de muitos poemas verbais e visuais e do conhecimento de vários recursos poéticos, e depois de muito pensar sobre os mistérios, descobertas e revelações dos textos, os alunos partiram para a produção.

Mecânica física muito especial: papel, tecido, linhas de pesponto coloridas, agulhas variadas, nozinhos apertados, mãos ágeis, olhos em ponto de cruz e eis que surgem os poemas alados: palavras “que no espaço se espalham levando ao mundo a vida e, aos poucos, em liberdade se vão”.

Julia Ferrari
Lívia Galeote
Valéria de Melo Pereira