Pelos caminhos das águas
26 de agosto de 2019
De onde vem a água que alimenta o nosso bairro? Onde estão os rios de São Paulo? Há rios perto da nossa escola?
Essas questões abriram uma investigação do 3º ano da Escola Móbile sobre os rios da cidade de São Paulo e do próprio bairro, garantindo a possibilidade de os alunos e alunas estudarem o assunto com olhar de pesquisadores.
O estudo em sala de aula revelou a existência de uma ampla rede hidrográfica com mais de 200 rios em nosso município. Para descobrir que alguns estão bem pertinho de nós, foi proposta uma pesquisa além dos muros da escola. Assim, as turmas do 3º ano saíram em busca do Córrego Uberabinha. Esse estudo de campo contribuiu para que as crianças compreendessem que, devido a vários fatores históricos relacionados ao crescimento populacional e urbano, à impermeabilização do solo e à produção de esgoto, os nossos rios estão, em sua maioria, poluídos e enterrados. Nesse contexto, para suprir nossas necessidades hídricas, é necessário buscar água em outras localidades.
Mas como os rios são formados? Como se deslocam? Para responder a essas inquietações, foi necessário começar um estudo sobre bacias hidrográficas. Dada a complexidade do tema, foram desenvolvidas atividades que fizessem sentido para a faixa etária das turmas e que permitissem aos estudantes investigar, observar e realizar experimentos seguindo um método científico, com o objetivo de se tornarem protagonistas do processo de aprendizado acerca do tema.
Dessa forma, alunos e alunas começaram experimentando jogos em terrenos planos e inclinados para perceber como os objetos se movimentam de acordo com a inclinação do relevo.
Depois disso, foram convidados a ser rios numa maquete que representa uma bacia hidrográfica com nascentes em altitudes diferentes. O “Rio Carol”, por exemplo, é afluente do “Rio Marcelo”, que, por sua vez, tem sua foz no rio principal, que é o Rio 3º ano. A cada estudante da sala foi proposto colocar uma bolinha de gude, representando o caminho da água, no cano que representa o leito de um rio. Assim, foi possível ver que todas as bolinhas deságuam no cano/rio principal. Essa experimentação fez com que as crianças se apropriassem de conceitos importantes: nascente, foz, afluente e rio principal. Também perceberam que a poluição de um curso d’água impacta outros rios, destacando a conscientização das ações humanas em torno da questão hídrica.
Dando continuidade ao objetivo de compreender a relação entre as bacias hidrográficas, uma nova estratégia pedagógica foi oferecida ao grupo: andar sobre a representação dos rios de São Paulo numa maquete grande e cumprir alguns desafios, tais como encontrar três afluentes do Rio Pinheiros, encontrar um afluente do Rio Uberaba e encontrar a foz do Córrego da Traição.
Ao final dessa sequência didática, foi possível perceber que as crianças mostraram maior domínio dos conceitos aprendidos, refletiram sobre a intersecção dos rios e estabeleceram relações entre a chuva, os rios e a água que consomem diariamente. Sem dúvida, terão um olhar muito mais atento para a ação humana e os caminhos que percorrem no dia a dia.