A representação de figuras históricas no cinema

17 de junho de 2019


Como parte das atividades da agenda cultural do mês de maio, os alunos do Ensino Médio discutiram a representação cinematográfica de dois personagens históricos de grande importância.

Orientados pela professora de Inglês do Ensino Médio Simone Vale e pela professora de História Teresa Chaves, os alunos discutiram – em inglês – como Hollywood tem representado Elizabeth I, rainha de um dos maiores impérios da história. Os alunos assistiram ao filme Elizabeth: The Golden Age, de 2007, dirigido por Shekhar Kapur e estrelado por Cate Blanchett no papel da rainha Elizabeth I. Complementando-o, viram cenas pré-selecionadas do filme Shakespeare in Love, de 1998, dirigido por John Madden, que rendeu um Oscar de “Melhor Atriz Coadjuvante” a Judi Dench, em uma forte e inesquecível interpretação da rainha Elizabeth I.

Embalados pelo contraste na direção e nas interpretações dessas duas grandes Dames do cinema, os alunos debateram, em inglês, como as escolhas feitas por Hollywood influenciam a imagem passada aos espectadores da Sétima Arte e como as percepções sobre a mesma figura histórica se transformam ao longo do tempo.

Com a professora Márcia Juliana Santos, também da área de História, os alunos assistiram a Viva Zapata!, de Elia Kazan, cujo elenco contou com atores como Marlon Brando, Anthony Quinn, Jean Peters, entre outros. O longa mostra diferentes momentos da Revolução Mexicana, ocorrida entre 1910 e 1920, conferindo protagonismo ao líder revolucionário Emiliano Zapata.

Após a exibição do filme, os alunos apresentaram suas opiniões, impressões e questionamentos, ressaltando temáticas polêmicas e as formas de representação escolhidas pelo diretor, além de aspectos e representações caricatas do México. No filme, Kazan representa o México revolucionário segundo uma visão de mundo marcada pela disputas ideológicas da Guerra Fria. Democracia  e liberdade, ideais intrínsecos da sociedade americana, contrapõem-se a um México ditatorial e caótico que necessitava urgentemente de salvação.

A discussão alcançou também a intenção política do diretor, visto por alguns como um delator que entregou colegas de trabalho acusados de proximidade com ideias socialistas. No debate, foi possível construir a ideia de que a arte nunca é neutra e vazia de discursos, e que ‘assistir a um filme’ vai muito além da passividade a que estamos acostumados.