Ser jovem em 1968
20 de junho de 2018
Em maio, a Agenda Cultural do Ensino Médio da Móbile iniciou uma série de eventos que marcam os 50 anos do Maio de 68. A peculiaridade dessa efeméride é a permanência no imaginário mundial dos efeitos que as manifestações ocorridas na França teriam trazido para as próximas gerações do mundo ocidental.
Os professores Denise Mendes (História), Márcia Juliana Santos (História) e Roberto Candelori (Ética e Cidadania) promoveram uma palestra para discutir as utopias, os comportamentos, os valores e as representações construídas em torno da juventude de 1968 no Brasil, cujo legado é identificado até os dias de hoje.
Para aprofundar a discussão, foi convidada a historiadora Angélica Muller, professora do Departamento de História da Universidade Federal Fluminense e pesquisadora associada do Centre d’Histoire Sociale du XXème Siècle (Paris 1 – Panthéon Sorbonne). Seus temas de estudo relacionam-se ao contexto da ditadura militar brasileira, com destaque para a atuação do movimento estudantil.
A abordagem da palestra privilegiou o contexto cultural das décadas de 1960 e 1970, mostrando suas raízes históricas, bem como as diferentes nuances da produção artística no Brasil, com destaque para o Tropicalismo, a Jovem Guarda, a MBP e os festivais da canção.
O jovem em 1968 está distante do atual não apenas por ter se passado meio século, mas por todas as mudanças ocorridas na política, nas comunicações, na sexualidade e nos valores sociais. No entanto, ser jovem hoje ou em 1968 tem pontos em comum, como a necessidade de sonhar um futuro melhor, romper desafios, realizar mudanças, construir uma identidade e atuar diante das necessidades do seu tempo. As mudanças e permanências referentes ao Maio de 68 foram debatidas por mais de 70 alunos do Ensino Médio, destacando a importância da discussão de temas que conectam passado e presente de maneira crítica e significativa.