Space Invaders
8 de maio de 2018
“Space Invaders nada mais é que uma tentativa.
Tentativa de fechar certas feridas que se abriram na gente quando tínhamos 13 ou 14 anos.
Essa fase em que a gente já é velho demais pra não saber que a vida dói, mas ainda é novo demais pra saber como fazê-la parar de doer.”
(Cia. do Fubá)
Pensando na ampliação da biblioteca cultural de nossos estudantes e na necessidade de tratar de temas do universo juvenil de forma igualmente crítica e afetiva, o 9º ano recebeu no dia 17 de abril a Cia. do Fubá, que apresentou em nosso auditório o espetáculo Space Invaders.
As alegrias, expectativas e dores da adolescência são narradas por Caio, um adolescente sensível e inseguro de 14 anos que se sente isolado, como um astronauta em órbita, e pensa em sumir do mapa. Quando Pedro, Lucas e Vanessa – os filhos também adolescentes de seu padrasto – mudam-se para sua casa, ele vê seu mundo se transformar e, a partir daí, começa um exercício reflexivo que vai colocar em xeque tanto sua autoimagem quanto a visão que ele inicialmente cria desses “invasores” de seu “espaço”.
Além da temática que trata das angústias e desafios que a vida impõe, o espetáculo ofereceu aos alunos a oportunidade de pensar sobre aspectos estéticos, como cenário, trilha sonora, iluminação, entre outros, que, em Space Invaders, longe de serem meros acessórios, constituem elementos de grande importância na dramaturgia.
Ao final da apresentação, o bate-papo com o elenco e com a diretora e roteirista Fernanda Gama ofereceu a emocionados e curiosos espectadores a chance de fazer perguntas sobre os dilemas vividos pelas personagens – adolescência, depressão, felicidade. Nossos alunos também aprofundaram seus conhecimentos sobre figurinos, construção de personagens e ofício do ator, conteúdos estudados na disciplina de Artes Cênicas.
“Vire-se e encare o estranho, daqui a pouco você envelhece”, anuncia David Bowie na canção “Changes”, tocada na cena final do espetáculo.
Sem dúvida, atividades como essa permitem aos alunos um mergulho em suas próprias estranhezas, maravilhas e idiossincrasias. E, quando o mergulho é intenso, não se volta o mesmo à superfície: volta-se mais velho, mais maduro, mais sensível.