Aluna do Ensino Médio no “Mind the Gap Brazil”
11 de agosto de 2017
“Estava na semana de devolutiva das provas bimestrais do 2º bimestre na Móbile quando recebi a notícia de meu coordenador, Leonardo, de que havia sido selecionada para fazer parte do projeto Mind The Gap, da Google, que ocorreria em Belo Horizonte. No início, por mais que o meu coordenador tivesse me explicado como funcionava o projeto, não sabia muito bem em que consistia aquela viagem até a capital de Minas Gerais, onde se localiza o principal escritório da Google. Vamos lá: o programa consiste, basicamente, em um incentivo para meninas estudarem e trabalharem na área de TI, em programação, processamento de dados, pesquisa etc. A realidade é que essas áreas infelizmente ainda são dominadas por um público masculino, e a Google, ao trazer para o Brasil esse programa iniciado em Israel, está tentando mudar esse panorama. Posso falar por mim, e acredito que também por grande parte das 93 meninas que participaram dessa pequena jornada, que certamente essa tentativa de mudança de mentalidade será bem-sucedida.
Por minha experiência particular, de quem não considerava fazer um curso superior nessa área, após essa viagem, definitivamente a área de TI passou a ser uma possibilidade. E quantas coisas há numa área de TI! Podemos salvar vidas com programação de máquinas para medicina, por exemplo, ou até mesmo elaborar todo um sistema que ajudará na educação de crianças. (Fora que eu também não imaginava que, com apenas alguns comandos, poderia criar um jogo on-line muitíssimo eficaz!)
Logo no primeiro dia da viagem, fomos para o escritório da Google, acompanhadas pelos Googlers. Eu não sei o que eu imaginava que aquilo seria, mas definitivamente superou as minhas expectativas! Aquilo parecia tudo, menos um local de trabalho (pelo menos aquele tradicional que temos em mente). Encontrei uma sala de massagem, salão de beleza, de pilates, uma cozinha em cada andar e, finalmente, um estúdio de música que ficava dentro de uma sala de jogos (em minha opinião, a melhor parte). E isso tudo dentro do próprio escritório. Mas não se deixe enganar: por mais que aquilo tudo pareça um sonho, há lá muito trabalho duro que os engenheiros de softwares (como são chamados os programadores) têm de executar.
No segundo e último dia em que estivemos em BH, fomos para a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Lá, assistimos a diversas palestras muito impactantes. Ouvi falas de muitas pessoas, desde aquelas que acabaram de se formar até profissionais mais experientes. Foram ricas e singulares histórias. Tivemos nesse segundo momento uma oficina e visitamos os laboratórios de robótica, onde pudemos ver diferentes tecnologias, como robôs, drones e até mesmo realidades virtuais das quais podíamos fazer parte.
Só posso destacar um defeito de toda essa experiência: foi muito curta! Sem que eu me desse conta, o dia já havia acabado e estava na hora de voltar para São Paulo. Conheci meninas de todo o Brasil, extremamente inteligentes e capazes! E quem não gosta de ouvir aquele sotaque gaúcho, carioca, nordestino ou qualquer um que seja diferente do seu?”