Reflexão sobre o uso das redes sociais – 2015
30 de agosto de 2016
Um dos papéis da escola é promover a reflexão constante sobre atitudes positivas que garantam a qualidade da convivência em qualquer âmbito social. O exercício contínuo de refletir sobre os próprios sentimentos e decidir o que fazer com eles conduz as crianças a entender que as relações sociais pautadas no diálogo e no respeito mútuo são mais produtivas e seguras.
Como somente sujeitos autônomos são capazes de refletir sobre as próprias atitudes e comportamentos e tomar decisões que não afetem o bem-estar do outro, e nossas crianças ainda estão em pleno desenvolvimento, contamos com os adultos para que elas tenham bons modelos de resolução de conflitos.
Nas aulas de Orientação Educacional (OE), temos provocado uma série de reflexões sobre o uso da internet, das mídias sociais, promovido discussões sobre liberdade, dignidade e tolerância, pois o pensar constante sobre as responsabilidades individuais no contexto das relações humanas sempre foi uma das metas do projeto educacional da Móbile, e não seria diferente em uma época em que educamos para uma sociedade cada vez mais tecnológica.
Para que nossas crianças tornem-se adultos capazes de gerenciar conflitos de forma construtiva, colaborativa, solidária e crítica e construam uma imagem positiva e mais valorizada nos grupos dos quais fazem parte, as mesmas reflexões que ocorrem na escola precisam também fazer parte dos diálogos que ocorrem na dinâmica familiar. Por todas as razões expostas anteriormente, compartilhamos nossas ações educativas.
Na Escola, em todos os espaços físicos, há sempre um adulto para observar, mediar os conflitos que surgem e propor situações positivas de aprendizagem social. No ambiente familiar, isso também deve ocorrer. Os adultos precisam estar próximos para orientar, proteger e promover o desenvolvimento saudável das crianças. É possível que elas resistam às nossas intervenções e busquem formas alternativas para se afastarem de nossa supervisão, e o espaço da internet tem se mostrado propício a esse afastamento. Longe de nossos olhos, sentem-se aparentemente mais livres para arriscar; entretanto, ficam mais vulneráveis à pressão do grupo e, paradoxalmente, com menor liberdade para fazer boas escolhas. Nossa ajuda começa, portanto, no momento em que acolhemos e estabelecemos limites para elas. Ao limitar, controlamos os riscos que elas vivenciam ao experimentar novas situações. Ao acolher, abrimos a possibilidade de um diálogo que visa à percepção do outro e à construção de formas mais solidárias e seguras de enfrentar os desafios que surgem.